Ela ainda é lembrada pelo grande público como a garota que - no início dos anos 80 - só queria diversão e disputava o posto de sensação pop com outra jovem cantora loira. Quase três décadas mais tarde, Cyndi Lauper mostra que fez muito bem em não querer seguir os passos da outra cantora e com isso viver à sombra.
Em “Memphis Blues” Cyndi abandona o colorido, o eletrônico e o dançante para abraçar o peso das canções tristes do Blues. E o que pode parecer estranho à primeira vista se mostra um grande acerto.
Acompanhada de diversos convidados especiais de importância dentro do estilo e tirando do baú gravações clássicas de Albert King, Muddy Waters e Robert Johnson, Cyndi mostra uma faceta que provavelmente poucos conheciam. Entre os convidados especiais do álbum estão o pianista Allen Toussaint, o guitarrista Jonny Lang, o gaitista Charlie Musselwhite e o guitarrista B.B. King.
Apesar de sua voz aguda, Cyndi conseguiu dar uma boa interpretação para as canções escolhidas e se cercou de músicos que executaram as canções com o sentimento que elas pedem.
“I’m Just Your Fool” abre o álbum com a ótima colaboração de Musselwhite. Blues agitado, quase dançante, que dá ânimo ao disco logo no início para logo em seguida chegarmos à primeira balada. “Shattered Dreams” é daqueles Blues arrastados, com instrumentos de metais que dão todo o climão da música. Muito bacana.
Em “Earling in the Morning” a voz aguda de Cyndi encontra o vozeirão de B.B. King e os lamentos de sua Lucille. Apesar da presença ilustre, essa não chega a ser um dos pontos altos do disco, ao contrário de “Down Don’t Bother Me”, mais uma vez com Musselwhite.
Algumas faixas não contam com convidados, como em “Down So Low”, onde Cyndi mostra uma ótima interpretação. Um dos maiores clássicos do Blues encerra o álbum, “Cross Roads”, com a guitarra de Lang. A edição nacional, que chega às lojas no final do mês, ainda conta com uma música bônus, “I Don’t Want to Cry”, com o saxofone de Leo Gandelman.
Nenhum comentário:
Postar um comentário