RIO - A voz no outro lado da linha, em Nova York, parece, inicialmente, meio desanimada, melancólica. Pode ser algo de momento, ou um reflexo do clima, em pleno e rigoroso inverno, mas também teria tudo a ver com o conteúdo do último disco de Cyndi Lauper, "Memphis blues".
- Sim, é uma coleção de canções de fossa, tanto que cheguei a pensar nesse título ("Torch songs"), mas desisti após lembrar que Carly Simon já tinha lançado um álbum com o nome de "Torch", nos anos 80 - conta Cyndi, que vai se animando aos poucos, perguntada como se sente em voltar ao Brasil, após uma década e meia. - Espero chegar aí com mais um Grammy. Desembarcarei uma semana depois de comparecer à festa de premiação, em Los Angeles ( marcada para o dia 13 de fevereiro).
Oito shows no país
Após se apresentar no Brasil em 1989 e 1994 - e cancelar em 2008 a anunciada turnê de lançamento do disco "Bring ya to the brink" -, ela vai retomar aqui a turnê de "Memphis blues", que percorreu diversos países do mundo no segundo semestre do ano passado. Cyndi vai estrear no dia 19 de fevereiro em Recife, cantando no dia seguinte no Rio (Vivo Rio). Serão oito shows brasileiros - passando ainda por São Paulo, Goiânia, Cuiabá, Brasília e Porto Alegre -, seguindo depois para Argentina, Chile e Austrália.
Décimo-primeiro álbum de estúdio na carreira, "Memphis blues" marca a sua estreia na cena independente - nos Estados Unidos, saiu pela Mercer Street Records; no Brasil, pelo selo Lab344 -, após duas décadas e meia de ligação com a Sony Music. A mudança parece ter feito bem à cantora, artística e comercialmente. Além de críticas favoráveis, foi indicado ao Grammy de melhor disco de blues tradicional; enquanto, sete meses depois de seu lançamento, já ultrapassou 600 mil cópias vendidas no mundo, sendo dez mil delas no Brasil, números significativos numa era em que o formato CD perde cada vez mais espaço.
- Sempre haverá lugar para quem faz arte verdadeira, e o público percebe isso. O blues é o cálice sagrado da música americana, um estilo que alimentou do jazz ao rock. Então, de alguma forma, sempre estive conectada a esse tipo de música, mas resolvi enveredar por esse projeto após assistir à série de documentários dirigida por Martin Scorsese - diz Cyndi, que levou a sério o desafio, indo gravar as bases em Memphis, umas das cidades-matrizes do blues e do rock, também dividindo algumas faixas com mestres do gênero como os veteranos Allen Toussaint, B.B. King, Charlie Musselwhite ou jovens como o guitarrista Jonny Lang.
"Sempre haverá lugar para quem faz arte verdadeira, e o público percebe isso"
Entre as cantoras e compositoras dos anos 80, em termos de popularidade, ela só perdeu para Madonna. Seu álbum de estreia, "She's so unusual" (1983), apresentava sucessos como "Girls just want to have fun", "She bop" e "Time after time" (esta, uma balada que foi regravada até por Miles Davis). Apesar ter perdido terreno comercial aos poucos, Cyndi já vendeu mais de 30 milhões de discos na carreira e continuou uma influência para muitas novas cantoras. Entre elas, a atual superstar Lady Gaga, com quem Cyndi trabalhou há um ano, no lançamento de uma nova marca de batom, com sua renda destinada a campanhas que ajudam mulheres diagnosticadas com Aids.
- Gosto da música e da atitude dela, também preocupada com os direitos dos gays - diz Cyndi, que, casada com o ator David Thornton, com quem tem o filho Declyn, de 12 anos, tem sido uma ativa defensora de gays, lésbicas e transgêneros através da fundação True Colors, criada em 2008. - Percebo em Lady Gaga influências minhas, de Madonna e até de Boy George, mas se ela chegou aonde está é por também ter a sua identidade artística.
O roteiro do show "Memphis blues" mistura muitas canções do álbum homônimo - como "Rollin' and tumblin'", "Down so low", "Crossroads", "Early in the mornin'" e "Don't cry no more" - com alguns de seus sucessos obrigatórios. Afinal, a madura Cyndi Lauper garante ainda querer muita diversão.
O Globo - 20 fev 2011 veja aqui!
Cyndi cancelou a tour de 2008? Virá ao Brasil depois de uma década e meia? Isso que eu chamo de falta de informação e de respeito para com o artista e os fãs.
ResponderExcluirÉ melhor deixar de publicar uma matéria do que colocar uma sem nexo. Nossa, que raiva...
ResponderExcluirRealmente esse "escorregão" do jornalista foi imperdoável! Enfim... essa é nossa mídia.
ResponderExcluirNão achei que o jornalista errou. Vocês que não entenderam a mensagem. A Cindy não esteve aqui em 2008. Ela esteve em 1994. Ou seja, faz aproximadamene uma década e meia que ela não pisa o chão brasileiro. ¬¬'
ResponderExcluirKenji O Jornalista Errou Feio sim...Ela Veio ao Brasil em 2008 com a turnê "Bring Ya To The Brink" Para Divulgar o Novo Cd...Esse Jornalista é doido falar que ela demorou uma década e meio para vim ao Brasil...Esse jornalista precisa de pesquisar mais sobre a Cyndi Lauper...
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