Cyndi Lauper nunca teve uma carreira de conformismo, porém seu sucesso pop, por muitas vezes, mascarou sua busca por diferenciais que a colocassem num passo adiante do pop descartável. Ela explodiu em 1984, com o lançamento de seu primeiro álbum solo: She's So Unusual e transformou-se na primeira mulher do mundo a ter cinco singles de um mesmo álbum na Billboard; é compositora multi – instrumentista e consegue, com competência, ir variando seu estilo. Agora, aos 57 anos, ainda está inquieta; a prova é o lançamento de “Memphis Blues” que atesta que Cyndi Lauper pode cantar quase qualquer coisa e fazê-lo não só de forma interessante, mas à sua própria personalidade. Este disco é o seu décimo primeiro e muitos perguntaram: “por que um disco de blues, agora?”. A reposta é que sua inquietude é sincera, pois blues está longe de ser tendência ou modismo; é sim um arquetípico musical contemporâneo e para auxiliar na tarefa, ela chamou um time de mestres: Charlie Musselwhite, Allen Toussaint, BB King, Ann Peebles, e Jonny Lang. De começo, já se percebe que teremos pela frente, a clássica "Just Your Fool"; de Little Walter Jacobs traz a gaita de Musselwhite que é contraponto ao vocal de Cindy, chegando de forma discreta; na sequência, “Early in the Morning" de Louis Jordan, com o piano do lendário Allen Toussaint e a guitarra de B.B.KIng, que tira qualquer associação a um proselitismo. E se existir a dúvida que o disco só funciona por causa dos convidados, basta ouvir "Romance in the Dark", onde Lauper está só com sua banda.
Com um currículo de milhões de discos vendidos, inúmeras nomeações e premiações, ela se dá ao luxo de tentar novos caminhos e consegue ir bem, pois é claro que Cindy não é e nem quer ser um cantora de blues, mas apenas expõe sua personalidade em outras direções e consegue desempenhar com propriedade. Um bom exemplo neste veloz e descartável mundo pop.
Fonte: Blog Do Maia/UOL http://bit.ly/aU2L1V
Bacana. Talvez um dos comentários mais sensatos que eu já li sobre Cyndi Lauper.
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